"Só Deus sabe o que aconteceu naquele dia"

Renato Seabra foi condenado hoje em Nova Iorque a 25 anos de prisão pela morte de Carlos Castro. A pena será revista a cada dois anos e poderá chegar a perpétua. O jovem admitiu o crime e pediu desculpa à família e amigos do jornalista.
Publicado a
Atualizado a

"Quero aproveitar para pedir perdão à família e amigos de Carlos Castro", disse hoje, em português, antes de conhecer a sua sentença, citado pelo jornal New York Post.

"Quero acrescentar que na altura do crime quis dizer que matei Carlos Castro", prosseguiu, dirigindo-se ao juiz, mas sem olhar para ele. "No momento em que entrei no quarto, naquele dia, algo tomou conta de mim. Nós costumavamos discutir, mas era sempre na brincadeira", prosseguiu Renato Seabra, de acordo com o mesmo jornal.

"Naquele dia não sei o que me aconteceu. Não percebo como é que as coisas aconteceram, e não percebo o porquê", referiu Seabra.

"Por fim, quero mais uma vez pedir desculpa aos amigos e família do Carlos Castro e aceito a sentença que o juiz me atribuir porque cometi o crime e só Deus sabe o que aconteceu naquele dia", terminou o jovem.

A decisão do juiz Daniel Fitzgerald foi anunciada no Supremo Tribunal de Nova Iorque. O jovem está detido há mais de um ano no estabelecimento prisional de Rikers Island.

Durante o julgamento, a defesa pediu a absolvição, argumentando que os problemas mentais de Seabra, diagnosticados pelos psiquiatras que o observaram depois do crime, o impediram de ter consciência dos seus actos, enquanto a acusação sustentou que foi a "raiva e vergonha" com o final da relação homossexual com Castro, iniciada assumidamente a troco de favores materiais, a levar ao violento crime de 07 de Janeiro de 2011.

A decisão de hoje significa que Renato Seabra passará pelo menos 25 anos na cadeia.

A decisão deixou a mãe de Renato Seabra a chorar e foi acolhida com serenidade pela família de Carlos Castro, descreveu o New York Post.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt